segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Celebração Festiva ou Santo Sacrifício

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Estava em uma Santa Missa, quando no meio do Rito Eucarístico cantávamos "Eu celebrarei cantando ao Senhor"... (Musica, que não se enquadra na Sagrada Liturgia) e um cidadão, com muitos anos de caminhada, começou a bater palma e as palmas se espalharam pela assembleia como uma peste e de repente uma parte significativa dos fieis estavam batendo palma, profanando a Sagrada Liturgia, quebrando o clima de adoração. Este acontecimento é apenas um exemplo, quantas e quantas vezes “inspirados” por musicas inadequadas a Sagrada Liturgia, os fieis fazem “dancinhas”, movimentam os braços e por ai vai…

A Sagrada Liturgia ou Divina Liturgia, como a chamam os orientais, é a externalização da fé, por isso as pessoas que possuem uma fé de sentimentos, deve-se dizer uma fé “pentecostalista”, vão querer viver a liturgia desta forma. Acontece, que devido a combinação de alguns fatores, se perdeu noção da sacralidade e significado da Santa Missa, dando espaço a essas formas de culto pagãs, que são muito comuns no neoprotestantismo “pentecostalista”. Vejamos o que diz o até então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje o Papa Bento XV sobre esses abusos litúrgicos:

"A dança não é uma forma de expressão cristã. Já no século III, os círculos gnóstico-docéticos1  tentaram introduzi-la na Liturgia. Eles consideravam a crucificação apenas como uma aparência: segundo eles, Cristo nunca abandonou o corpo, porque nunca chegou a encarnar antes da sua paixão; consequentemente, a dança podia ocupar o lugar da Liturgia da Cruz, tendo a cruz sido apenas uma aparência. As danças culturais das diversas religiões são orientadas de maneiras variadas - invocação, magia analógica, êxtase místico; porém, nenhuma dessas formas corresponde à orientação interior da Liturgia do "Sacrifício da Palavra". É totalmente absurdo - na tentativa de tornar a Liturgia "mais atraente" - recorrer a espetáculos de pantomimas de dança - possivelmente com grupos profissionais - que, muitas vezes (e do ponto de vista do seu desígnio com razão), terminam em aplauso. Sempre que haja aplauso pelos atos humanos na Liturgia, é sinal de que a natureza se perdeu inteiramente, tendo sido substituída por diversão de gênero religioso. [...] A Liturgia só pode atrair pessoas olhando para Deus e não para ela própria; deixando-O ingressar e agir."

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Não se pode negar que, esses abusos só acontecem por causa da ignorância de alguns, má índole de outros. Fatores como a “criação” da “Missa Nova”2, o uso exclusivo do vernáculo3, a abolição do ‘canto gregoriano’4, falta de conhecimento5 e a difusão do pensamento ecumênico/relativista6, fizeram com que as pessoas esquecessem ou não aprendessem que a Santa Missa não é uma simples reunião comunitária, onde se celebra uma festinha, e sim o Santo Sacrifício. Se esqueceu que no momento da consagração o pão e o vinho deixam de existir, são transubstanciados, tornando-se o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor. Ali no altar, pelas mãos do sacerdote se repeti de forma incruenta7 o  que aconteceu no Calvário há quase dois mil anos.   

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1. Uma apostasia, se utiliza de linguagem cristã, mas era na verdade uma filosofia pagã!
2. Forma Ordinária do Rito Romano, é um dos frutos do Concilio Vaticano II. Obs: Não somos contra a Missa Nova, participamos dela frequentemente.
3. Nome que se dá a uma língua falada pelo povo de um país, termo geralmente usado pela Igreja. Seu uso foi amplificado pelo Vaticano II, mas o Latim nunca foi substituído por ele.
4. Canto “oficial” do Rito Romano, deveria ser mais comum entre as comunidades, porém tem sido esquecido.
5. Infelizmente nem todos as nossas crianças são devidamente formadas, e muitas vezes fazem primeira comunhão sem saber o que realmente é a eucaristia.
6. Alguns teólogos liberais, visando a destruição da Igreja, esvaziam o conteúdo da nossa fé, fazendo assim que se torne mais compatíveis com outras religiões.
7. Se repete o que aconteceu no Calvário, sem haver derramamento de sangue.

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